segunda-feira, 12 de julho de 2010

On Football


Para alívio daqueles que, como eu, não agüentavam mais o zumbir das vuvuzelas, a copa do mundo chegou ao fim. E, com isso, cabe uma análise da competição.

Essa foi a copa dos grandes. Dos grandes erros. Das grandes decepções. Dos grandes micos.

Pra começar, o que mais faltou nessa copa foi fairplay. O que foi a “seção dos dedos” do astrólogo, digo, técnico da França, Domenech? Aliás, a França foi a rainha dos micos – a recusa dos jogadores em treinar,os jogadores sendo mandados embora, um técnico astrólogo, as derrotas ridículas...

Mico por mico, tem também o Felipe Melo. O que dizer do jogador? Nada. Por que é isso que ele merece. Nada. E, já que estamos falando de um brasileiro, o que dizer da apresentação do Brasil pra Copa de 2014? Tsc, tsc, tsc, shame on us.

E tem também a FIFA. A falta de organização, a arbitragem, a indecisão...

Pra terminar, o grand finale, que não teve nada de grande... Acho que a grande estrela da decisão foi a Rainha da Espanha, com sua mantinha real, seguida pelo Irke Casillas e sua Lady Sara. Por que, o jogo mesmo... Até o touro dormiu.

Mas, o que mais me impressionou mesmo, foram as demonstrações ridículas do povo. Ah, sim, o povo. Se “vox populi vox dei” então a coisa tá feia. O povo, que não sabe em quem vai votar, parou de repente e se uniu, numa ridícula explosão de ufanismo ultra-nacionalista, tipo assim quase fascista, com o símbolo da pátria colado a retrovisores por todas as ruas da nação. A copa, para mim, é o melhor exemplo de pão e circo. Veja quantas cidades colocaram telões em vias públicas, oferecendo ao povo o gostinho do jogo, para esconder, na pantomima das exibições, o caos em que vivemos. E enquanto isso, a popularidade do governo aumenta. Ah, sim, por que em época de copa, todo mundo tá feliz, e o país anda bem.

E depois do luto oficial que se seguiu a derrota da seleção, a coisa ficou pior. “Para quem torcer?” foi o dilema das pessoas. Com um pensamento desses, e uma sessão de justificativas por parte de uma imprensa estúpida, surgiram coisas como “para a Alemanha, porque os jogadores são lindos”, ou “contra a Alemanha, porque o técnico come ‘caca’ de nariz”, “para o uruguai, porque são latinos”, “para alguma seleção africana, porque eles são pobres”...

E as expressões? “vamos espremer essa laranja”, “o touro que atropelou o mundo”...

Pior que as bandeiras e as vuvuzelas (o que dizer das vuvuzelas?) foram os recessos. Em que lugar do mundo as pessoas param de trabalhar para ver jogos? E não eram só os do Brasil, não! Será que a bolsa parou para ver o jogo? Se o Brasil perde, o Ibovespa cai, porque a confiança cai?

E as crianças, que choram? Como se a derrota nos jogos tivesse qualquer impacto real na vida dessas pobres criaturas. E é assim que construímos nosso futuro. Com crianças bitoladas, adultos que compram álbuns da copa (sem comentários), e jogadores incapazes de oferecer qualquer contribuição real à sociedade. E depois dizem que o esporte dá futuro.

Acho que, se a copa rendeu alguma coisa, foi a presença do polvo. E olhe lá.

That’s all, honey.

r.

7 comentários:

  1. Concordo com tudo que você falou, principalmente sobre o pão e circo. Tenho maior orgulho de bradar: "Eu, Dario Tavares, não perdi uma só hora do meu precioso tempo vendo jogos da Copa do Mundo."
    Nesse caso, eu juro que prefiro ser alienado.

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  2. Nunca gostei de futebol mesmo...

    e que mané vuvuzela... é CORNETINHA

    o/

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  3. Nesse caso, eu acho que ser alienado significa colocar sua bunda no sofá e, durante 1:30h, sofrer por uma seleção estrangeira só por que você simpatiza com o Villa.
    x.o.

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  4. Hahaha
    Eu me divirto com seus textos.
    Ah, eu odeio o polvo Paul. Acho mais ridículo que a Copa alguém ficar com essas crendices.
    =]

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  5. Alguém já notou que estranho que as copas sempre são em ano de eleição?

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