quarta-feira, 28 de julho de 2010

On Manners

Hoje, ao sair do Hospital, fomos almoçar num restaurant chinês ali nas redondezas, como uns 80% da clientela do referido local. E eis que um fato curioso aconteceu.

Chegando lá, subimos ao segundo andar, e escolhemos um local afastado, numa mesa para quatro, encostado na parede mais longínqua do restaurante. Sentamos, começamos a comer, e iniciamos uma conversa sobre a tão esperada aplicabilidade Esplancnologia, que finalmente podia ser vista, ainda que de levs.

De repente, quase que sem aviso (ainda que pareça impossível), chega uma família constituída por um pai silente, quase que subordinado, uma menina ranhenta, de uns 5 anos, e, por fim, a mãe – ah, a mãe, uma matrona bonachona, corada, com corpo demais e vestes de menos... Sentaram e, aparentemente, em meio a afasia do pai e as cafungadas da menina, ouviam nossa conversa.

Nesse ponto, falávamos, entre nós, sobre a aula de cirurgia geral da manhã anterior. O que ocorreu depois foi a maior prova da má educação do povão. Eis que, em meio a fístulas e fissuras, a matriarca rechonchuda nos chama e demonstra seu suposto “enjôo”... Põe-se, então, de pé, e carrega a menina para uma mesa – vejam só – do outro lado da nossa! O pai, vermelho, olhava para nós com uma certa cara de quem diz “vergonha alheia dessa gorda, meu Deus!”

Depois disso, olhamo-nos e começamos a rir. E, depois, revoltados, refletimos sobre o assunto: 1.o andar superior do restaurante estava praticamente deserto, havia umas 20 mesas e, no entanto, ela fez questão de ir ao compartimento mais isolado do local e sentar à mesa ao lado; 2. Ela ficou ouvindo a nossa conversa!; 3. Ela fez uma super cena que só pegou mal pra ela mesma!!! E depois, nós somos os mal-educados! Fora a classe exibida pela mulher! “Nossa, mas me dá enjôo essa conversa de vocês!” É a típica reação do pobretão escandaloso, que faz escarcéu e acha que é chic!

Detalhe para os observadores atentos: sempre nos surpreendemos com a força da dieta dessas pessoas. A mulher fez um prato de uns 8cm de altura, e, para evitar as calorias, comprou uma lata de suco DE PÊSSEGO zero... às vezes me dá pena... mas só às vezes ;) E isso fica pra outro post.

Mas, all in all, That’s All, Honey®

x.o.,

r.

P.S.: Estamos pensando em fazer uma blognovela. Se alguém tem idéias de personagens caricatos que devíamos incluir, ficadica. x.o.

domingo, 25 de julho de 2010

On Confusions

Ir pra faculdade todos (ou quase todos) os dias, encontrar o mesmo grupo, almoçar e disputar a vida juntos (sim, porque compartilhar é falsidade). Um dia, não tão belo como dizem, você se pega olhando aquele que deveria, pela ordem das coisas e manutenção do status quo, ser apenas o seu colega ou no máximo amigo, não tão bonito, talvez um pouco gostoso. No começo, são só umas encaradas e em seguida alguns pensamentos do tipo "não pode ser, ele é estranho e ponto". Fala ponto, mas põe vírgula. Uma semana depois, você se pega delirando, cantando/conversando sozinho. Pimba! Esquizofrenia. A maioria prefere chamar de "paixão", ou alguns, sem a menor noção léxica e/ou sintática, de "amor".

Sempre a mesma ladainha... dias, semanas, às vezes meses enrolando, torrando a paciência dos amigos, se perguntando e aos outros: "será que rola?". Até que um dia, ocorre o inevitável. Felizes para sempre? Senta lá, Cláudia. O álcool entra, a verdade sai e você senta na boneca. Resolve abrir o jogo com o bofe, e aí você fica aguardando a mensagem dele. Quando chega, fica atordoado, sem sequer querer ler a mensagem, com medo do que possa vir, embora já saiba com total certeza que lá vem bomba. Sorte dos que entram pras estatísticas como os 0,0001% pra quem as coisas dão certo. Abre a mensagem, e boom: game over! "Serena, não faça confusão. Sorry about that..."

Fim do mundo! Fim do mundo? Cláudia, já não te mandei sentar lá?? Nada que um dia de ausência de pessoas conhecidas seguido de outro dia com compras não possam resolver. E no terceiro dia? Ressuscitou? Não, bee, aqui não é a Cleycianne. No terceiro dia... Serena's Party!

Agora, querid@, só mais duas coisas: se começou a dizer, ainda que bêbad@, não tente negar. Assuma de vez and be free. Mande mais uma meia dúzia de mensagens falando tudo e faça a biltre criatura reconhecer que você é autêntic@. A segunda, não esqueça que depois do 3° dia vem a segunda-feira, e então, lá estará o bofe. E agora? Evitá-lo? Cláudia, morre desgraçada! Vai lá, cumprimenta com sorriso no rosto e mostra quem é que está por cima. Por mais difícil que seja a situação, a segunda lição que deixo é: jamais, eu disse JAMAIS desça do salto. Cláudia sentada, ele envergonhado e você, mais imponente do que nunca. Lembre sempre: it's up to you, New York, New York.

Ah! Um videozinho lindo de uma música francesa sobre as idas e vindas do amor. Aqui.

That's all, honey!

d.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

On Sales

Era uma vez uma pessoa comum, com uma vida comum, andando num shopping comum, entra numa loja comum com uma liquidação comum. Tudo certo? ERRADO!


Sou do tipo que acredita que o ser humano é, antes de mais nada, movido por seus instintos básicos. Erra quem afirma que estes são somente 4: sono, sede, fome e sexo. E as compras??? Hello-oh! Independente de Marx, Freud, Cleycianne, Van der Woodsen e outros teóricos, é fato que a necessidade de compra (principalmente de roupas) é um dos nossos moveres.


Quanto prazer e tesão em andar no shopping e encontrar aquele suéter maravilhoso de cashmere que lhe cai tão bem e faz sentir-se Chuck Bass (sério, esse tem estilo, muito estilo!). Porém, essa satisfação está além do ‘voulez-vous?’. Sabemos todos muito bem que achar coisa decente pra vestir que seja decente para o próprio bolso é tarefa muitas vezes árdua, que só pode ser cumprida por quem vê nas compras o seu instinto primordial.


A natureza se renova, as estações vão passando... a minha preferida é a primavera; pra muitos, é a Sale Season da Zara, Ellus, DG, CK, GA... eu, pra ser sincero, não gosto. Pra mim, deveria chamar broaching season. E é aí que se encontra o grande erro da historinha do começo. Procurando no meu dicionário de expressões, encontrei a seguinte definição:


Liquidação comum: vender a sobra da estação passada por um preço acessível, sendo esta sobra toda G, GG, EG e LG (lazarento de grande).


Conclusões do dia:

1. COMPRAR É MARA!

2. Liquidação é coisa de gordo.

3. Nem sempre “comum” é sinônimo de “normal” ou “aceitável”.

4. Se vestir bem é um dom.

5. CHUCK BASS É MARA!



That’s all, honey.


d.

On Disney


Os filmes da Disney sempre me abismaram, de levs. Primeiro que sempre tem uma madrasta má, um príncipe “encantado”, e tudo se resolve na base da sexualidade. Por que, se no Brasil tudo termina em pizza, no Disney World, tudo termina em sexo e afins. E isso não se limita aos humanos – veja o “rei” leão... Quando criança, sempre fiquei um tanto de cara na cena em que Simba e Nala rolam morro abaixo parando, em posições diferentes, cada um ora em cima, ora embaixo. Isso sem contar as paródias, que se enquadram tão bem nos quadros do estúdio, que às vezes duvido se não era essa a real intenção dos ilustres criadores.

Veja você mesmo:


Ontem tive o (des)prazer de rever o clássico de 1937, Snow White and the Seven Dwarfs. Nossa, mas aquela maçã da bruxa me deu uma vontade! Mas, sabe o que eu acho mais ridículo? O Príncipe, que de encantado só tem o nome, chega, beija a princesa desfalecida, todo mundo se diverte, ela trepa no cavalo e “adiós, amigos”. E os coitados dos anões, onde ficam? Eles, que ficaram velando por ela dia e noite, que construíram o caixão de ouro, que mudaram seus hábitos de vida por ela... acho isso uma puta falta de consideração! Fora que os coitados, na descrição do dito homem, perguntam se ele é “ALTO e forte”... Não é muita humilhação?



Isso sem contar as cenas meio estranhas, tipo o anão bulinando o pobre do Dunga na hora de dormir na sala – visto que a nobre princesa estava ocupando as 7 camas dos pobres coitados (meu, a Branca de Neve devia ser MUITO grande... porque SETE camas?)...

Acho que a grande moral que os filmes da Disney passa para as crianças é: Não importa o quanto você seja nobre, simpático, cavalheiro. No fundo, é o cara dos looks que vai comer a princesa And that’s the ugly truth. Parece-me revoltante mas, com toda a sinceridade, não é essa a pura verdade? Melhor que as crianças saibam desde o começo - tanto menor será o tombo.

That’s all, honey.

x.o.,

r.


Revisão e Edição: a.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

On Closets

Tem coisa pior que tentar ser o que não se é? Bom, até tem, mas isso fica pra outro post... Pode até não ser a pior coisa do mundo, mas que dá uma ponta de raiva e uma sensação de descabimento muito grande, certamente dá.

Quem nunca se surpreendeu com a seguinte situação: Você conhece uma pessoa, convive um pouco com ela e logo percebe pra que time ela joga. Pra falar sem rodeios, está na cara que ela é bee! Você tem certeza de que é. Porque neste mundo moderno e globalizado, não existe mais essa história de “ou foi, ou é ou será”. A Neuropsicobiologia já esclareceu: não existe meio termo. Mas, enfim, voltando à história: está óbvio e patente a preferência sexual do indivíduo. Então, de repente, num olhar mais apurado, você percebe uma coisa que até então passou despercebida. E aí você tem que olhar de novo, porque seu cérebro viu mas você não conseguiu acreditar.E lá está, um dos maiores paradoxos que você vai encontrar na vida social: aquela baita aliança, dourada, brilhante. E não importa em que mão esteja, porque a idéia é avassaladora da mesma maneira.

Então, você fica se perguntando se suas primeiras conclusões estavam realmente certas. Se você não estava vendo coisas demais. Ou se pela primeira vez o seu faro aguçadíssimo falhou. E, quanto mais você observa, mais você tem certeza: aquele é um paradoxo da vida social.

Nunca aconteceu com você? Pois comigo já aconteceu várias vezes! E a cada dia eu entendo menos o que leva as pessoas a fazer isso. É claro que as pessoas tem todo o direito de fazer o que quiserem da vida delas. Mas eu também tenho todo o direito de achar estranho. Obviamente, eu posso estar errado em minhas conclusões e o pobre menino só é daquele jeito porque foi criado pela avó, coitado. Mas, na maioria das vezes, não há erro.

O que estas pessoas estão fazendo com a vida delas? Eu entendo que todo mundo tenha a necessidade de experimentar coisas novas, e, é claro, até mesmo de escolher o que quer fazer da vida. Mas, imagine que situação difícil vai ser para o indivíduo daqui a uns vinte anos, quando, depois de três filhos (sim, porque só porque ele é gay não significa que seus espermatozóides morreram), cansado daquela vida de casado, quando a sociedade for menos opressiva, quando finalmente tiver a coragem necessária, ele se separar da esposa e for morar com outro cara. Porque afinal de contas, quem gosta de rabanada acaba enjoando de comer bacalhau.



Algumas pessoas ainda ficam com pena da pobre moça. Não, meu querido, não é digno de pena. Ela sabe muito bem onde está se metendo. Onde mais ela acharia um cara lindo, que sabe se vestir bem, tem um excelente bom gosto, que é charmoso, elegante, e, acima de tudo romântico? São elas que escolhem, e, assim, assumem o grande risco de achar uma cueca desconhecida no meio da roupa suja.

Sem falar na infelicidade gerada no mercado amoroso! Porque quando uma bee se casa com uma mulher, muitos sonhos são desfeitos. Por isso, meu amigo querido que vai se casar, pense muito bem a respeito. Deixe sua mulher arranjar um homem que vai ser muito feliz do lado dela. Porque, assim, você acaba fazendo quatro pessoas felizes: Ela, que achou alguém que a queira por inteiro; você, que vai poder parar de se esconder atrás de uma falsidade; o seu novo homem, que vai adorar ter te salvado das garras da perdição;e principalmente o novo homem dela, que vai estar radiante de contente, uma vez que jamais conseguiria ganhar de você nesta disputa.

That’s all, Honey.

a.

On Subspecies

Dando uma rápida olhada ao meu redor, não consigo deixar de pensar que a sociedade humana é formada a partir de uma coleção de subespécies.

Tem, por exemplo, a subespécie dos pedreiros. São caras grandes, suados, que dividem sua atenção em basicamente dois tipos de informação: tijolos e peitos. O pedreiro tem uma sensibilidade visual muito aguçada, superior à maior parte dos seres humanos, mas tem um vocabulário e uma matriz de ações muito limitados. É por isso que o pedreiro lá da laje do 14º andar consegue parar o que está fazendo e ver uma gostosa atravessando a rua lá embaixo. A partir daí, ele se sente compelido, por um instinto de espécie, a estufar o peito e gritar “Ô, lá em casa!”.



Tem também a subespécie das empregadas domésticas. A evolução parece ter imprimido sobre elas um paradoxo reacional. Elas economizam em muitas coisas, e desperdiçam em um sem-número de outras. Por exemplo, qual empregada não economiza limpa-vidros nas janelas externas? Em compensação, elas parecem beber produtos como sabão-em-pó, e tem uma necessidade fisiológica de passar pelo menos 2 horas por dia ao telefone.

Por último, têm os universitários. Esses constituem não só uma, mas várias subespécies - são um filo a parte. Tem a tigrona, aquela menina nerd, que é mal-comida, que lê crepúsculo nas férias, mas que tem um IRA 9.8. Em oposição a ela, no lado oposto da sala, senta a menina da atlética, que é muito bem-comida, que não sabe ler at all, e que tem um IRA.... um tanto abaixo. Tem os caras do diretório acadêmico, que só são comidos por outros caras com a mesma ideologia, que lêem Marx, e que não comentam seus IRAs, por que são contra essa forma de avaliação capitalista. Por fim, tem os vegetais, aqueles que não sabem o que estão fazendo ali. Esses não comem ninguém, não são comidos por ninguém, não tem um IRA digno, e que, por inércia, acordam cedo todos os dias e vão para a faculdade, para que sua presença seja ignorada por todos os outros alunos.

O que será que nos faz cair em um desses padrões? Será a evolução? Será a comodidade de cair em um grupo pré-formado? Será a libido? Será que são os bloggers? O que quer que seja, essa coisa é má. But then again, quem não gosta de uma maldade?

That’s all, honey.

x.o.,

r.